Dia do Livro Português – Uma breve história dos nossos livros
O Dia do Livro Português, comemora-se no dia 26 de Março, como forma de assinalar a data em que foi impresso o primeiro livro em Portugal. O livro, de nome “Pentateuco”, estava escrito em hebraico e foi impresso por Samuel Gacon em Faro, no ano de 1487.
De acordo com informação da Editora da Universidade Católica, “o Pentateuco é formado por 5 livros: Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio. Foi escrito por vários autores e em várias épocas, a partir de tradições orais e escritas que se foram juntando e formando unidades maiores ao longo da história.”
Onde está o Pentateuco original?
Encontrei duas teorias a respeito da localização do livro, mas a verdade é que ninguém sabe onde ele está.
Uma defende que o livro foi roubado por Francis Drake, quando este atacou e saqueou a capital do Algarve em 1587. Outra teoria, defende que o livro desapareceu em 1596, durante o saque que o corsário inglês Robert Devereux, Conde de Essex, fez à Biblioteca do bispo do Algarve D. Fernando Martins Mascarenhas.
Em ambas as teorias se defende que o livro estará no Reino Unido, mas a Bodleian Library, que é a principal biblioteca de pesquisa da Universidade de Oxford e uma das mais antigas da Europa, não tem registros do Pentateuco impresso em Portugal.
Em relação ao primeiro livro impresso em língua portuguesa, o único consenso é que foi impresso em Chaves, já que uns defendem que o primeiro título a surgir foi “O Tratado de Confissom” (em 1489 e outros defendem que foi “Sacramental” (em 1488) de Clemente Sánchez de Vercial.
Livros Antigos Portuguezes (1489-1600)
A história dos livros portugueses, continua pela mão do rei D. Manuel II. De acordo com informação disponível na Livraria Lello, o rei terá organizado e catalogado a sua biblioteca particular, da qual constavam livros portugueses publicados desde 1489 até à data de 1600.
Esta informação deu origem a três livros, “Livros Antigos Portuguezes (1489-1600)” – Volumes I, II e III, que é possível consultar na biblioteca digital da Fundação Casa de Bragança em fcbraganca.pt
As obras da biblioteca do rei D. Manuel II, estão atualmente guardadas no Museu-Biblioteca da Casa de Bragança em Vila Viçosa e segundo a Fundação da Casa de Bragança, desta coleção destacam-se: “Vita Christi” 1495, “Ordenações Manuelinas” de 1514, as obras de Pedro Nunes desde 1537, as obras de Damião de Góis desde 1543, as obras de João de Barros, André de Resende, D. Jerónimo Osório e Frei Heitor Pinto.
Os Lusíadas (1572) – O livro mais conhecido dos portugueses
Nesta breve história tem que se falar obrIgatoriamente de “Os Lusíadas” de Luís de Camões. Este livro é composto por 10 cantos, 1102 estrofes e 8816 versos, que narram a grande epopeia chamada Portugal e que cantam a viagem de Vasco da Gama à Índia e a aventura dos portugueses desde a fundação da nação.
Luís de Camões “descreve a aventura das Descobertas e entrelaça, nas suas estrofes, os mitos, as figuras e os momentos históricos de Portugal. Inês de Castro, D. Afonso Henriques, D. Nuno Álvares Pereira e muitos outros que compõem o quadro de exaltação dos portugueses”.
O primeiro livro “Os Lusíadas”, foi publicado em Lisboa em casa de Antonio Gõçaluez, no ano de 1572 e está neste momento na Biblioteca Nacional, podendo ser consultado através da Biblioteca Nacional Digital em bndigital.bnportugal.gov.pt
Livros que marcaram a literatura portuguesa
Portugal sempre foi rico em autores e são muitos os livros que marcaram várias gerações, entre eles: “As Pupilas do Sr. Reitor” de Júlio Dinis, “Os Maias” de Eça de Queirós, “O Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa, “Mau Tempo no Canal” de Vitorino Nemésio, “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett, “A Sibila” de Agustina Bessa-Luís.
Também têm que ser mencionados os títulos, “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, “A Jangada de Pedra”, “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a Cegueira” do autor José Saramago. Livros que já marcaram a história e que contribuíram para que o autor obtivesse o reconhecimento como autor ao vencer o Prémio Nobel da Literatura.
Agora, só o tempo dirá, que autores contemporâneos nos darão títulos que vão perdurar na história da literatura portuguesa.
Fontes de informação: www.uceditora.ucp.pt | www.e-cultura.pt | planetalgarve.com | jornaldoalgarve.pt | www.livrarialello.pt | www.fcbraganca.pt | ensina.rtp.pt | www.nobelprize.org
