Turismo Literário em Portugal – Rota da Poesia de Óbidos

A vila medieval de Óbidos é uma das mais bem preservadas em Portugal. Pensa-se que Óbidos terá sido edificada pelos Celtas em C. 308 a.C., no entanto só passou a pertencer a território português em 1148, quando D. Afonso Henriques conquistou o Castelo de Óbidos aos Mouros.
A vila tornou-se mais próspera quando o rei D. Dinis a ofereceu a D. Isabel, no séc. XIII, ficando assim a pertencer à Casa das Rainhas. Essa doação marcou o início de uma prática em que as rainhas de Portugal recebiam Óbidos como parte de seus bens, o que levou ao desenvolvimento e embelezamento da vila que ficou conhecida como Vila das Senhoras Rainhas.
Qualquer altura do ano é boa para visitar Óbidos e não faltam eventos durante todo o ano que o justifiquem, em particular para quem gosta de livros.
Desde 2015, Óbidos é classificada como Cidade Criativa da Literatura da UNESCO. Um título que leva com orgulho e que está espelhado nos eventos que a vila acolhe, como o FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos e o Festival LATITUDES – Literatura e Viajantes.
Além destes eventos, a vila oferece também aos seus visitantes uma Rota de Poesia que pretende proporcionar o conhecimento e a valorização do concelho de Óbidos, bem como a promoção da leitura de poesia.
Rota da Poesia de Óbidos
A Rota da Poesia foi criada a partir de fragmentos de 19 poemas de poetas portugueses, que se encontram dispersos pela vila. Ao percorreres a rota, vais juntando peças de uma narrativa poética, que no final do percurso formam um poema.
Uma espécie de “caça ao tesouro”, em que cada fragmento oferece a oportunidade de enriquecer a tua cultura literária, através de um QR-code que te dá acesso à totalidade de cada poema que encontras, à biografia e bibliografia do poeta.
A título de exemplo, menciono o poema “Fundo do mar” de Sophia de Mello Breyner Andresen in “Coral e outros poemas”.
Fundo do mar
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Sem dúvida um destino turístico a não perder pelos leitores de poesia! Que achaste desta sugestão de Turismo Literário?
Fontes de Informação: cm-obidos.pt | turismo.obidos.pt/a-vila | turismo.obidos.pt/rota-da-poesia | visitportugal.com