7 Lições valiosas de Hayao Miyazaki para inspirar artistas e contadores de histórias

Ao longo de uma carreira que se estende por cinco décadas, Hayao Miyazaki alcançou aclamação internacional como um contador de histórias magistral e como criador de filmes de animé. A Viagem de Chihiro, o Meu Vizinho Totoro, o Castelo Andante e a Princesa Mononoke, são algumas das histórias que mais comoveram o público pela forma como expressa as emoções humanas através de enredos divertidos, personagens atraentes e a animação de tirar o fôlego.

As personagens dos filmes de Hayao Miyazaki são geralmente baseadas em pessoas que conhece na vida real e têm sempre um história de superação. Está também presente a critica ao o uso da violência como meio para atingir um fim, ao mesmo tempo que promove a reconciliação pacífica com os inimigos. Referências à natureza, ecologia e poluição pela humanidade são também uma bandeira de Miyazaki. Fascinado pelo trabalho de Antoine de Saint-Exupéry, decidiu experenciar voar numa pequena avioneta para poder absorver as emoções e sensações do voo, por isso é frequente incluir cenas ou sequências em que os personagens voam.

O trabalho de Hayao Miyazaki foi retratado em alguns documentários em que ele fala sobre a sua carreira e através deles inspira artistas e contadores de histórias com o seu exemplo de vida. Aqui ficam algumas das suas lições valiosas para inspirar artistas e contadores de histórias.

1. Quebre convenções

“Os filmes fáceis de entender são aborrecidos. As histórias lógicas sacrificam a criatividade. Eu quero quebrar convenções.”

No seu processo criativo, Miyazaki começa com uma imagem simples, mas mesmo para ele não é simples encontrar esta ideia, por isso ele tem como filosofia de vida viver com os olhos bem abertos encontrando beleza em coisas simples do dia a dia. Em vez de procurar inspiração em trabalhos que já fez, Miyazaki prefere ouvir música, assistir a concertos ou visitar museus. Por vezes Miyazaki só consegue completar o primeiro quadro para um filme ao fim de uma ano, apesar de desenhar todos os dias pela alegria que isso lhe traz.

2. Escreva e desenhe num bloco de notas

Miyazaki nunca sabe o que o pode inspirar por isso tem sempre com ele um bloco de notas que preenche com ideias e conceitos, que provavelmente nunca surgiriam na sua mente e ganhariam vida, mas o simples acto de os apontar é importante. Este é só o início de um trabalho que inicia e que pode demorar semanas sem qualquer progresso, mas isso não o preocupa, pois ele sabe que a inspiração surgirá desde que ele continue activamente à procura de inspiração.

3. Arte é divertimento

Para Miyazaki a sua arte não é trabalho, mas sim divertimento. Só quando ele tem uma base sólida para o trabalho que quer fazer é que se força a criar para completar a sua história. Aí ele isola-se para concluir a história. Sempre que pode vai para outra cidade, pois a mudança de cenário é uma ferramenta importante para ultrapassar noções pré-concebidas de como deve ser o próximo filme.

4. Confie em si próprio

“O que não quero fazer é envergonhar-me. Quero fazer um filme que não me envergonhe.”

Apesar da sua longa carreira Hayao Miyazaki ainda fica muito ansioso na estreia dos seus filmes. Ele também passa por dúvidas e ansiedade ao longo de todo o processo criativo para os seus filmes. O fato de ter vários anos de experiência não são o suficiente para confiar na sua capacidade, pois isso só significa que quanto mais experiência tem, mais vezes falhou para poder prosperar. O fato de os seus projetos terem sido rejeitados inúmeras vezes no início da sua carreira, isso não o impediu de acreditar em si próprio e nas suas ideias.

5. Tenha noção da realidade

“Querer fazer algo não significa poder. Você deve se esforçar até que seu nariz comece a sangrar e ver o que você pode criar. A maioria das pessoas não consegue fazer isso.”

É preciso aceitar que nem sempre consegue concretizar algumas ideias tal qual as imaginou. Miyazaki é conhecido por trabalhar dias seguidos numa só imagem e depois rasgar todo o seu trabalho, mas ele não cai na tentação de se vitimizar. O fato de colocar horas, dias, semanas num projeto não significa que o melhor para si é terminar. Por vezes a única forma de criar algo especial é fazer tentativa atrás de tentativa até o produto final ser uma amálgama de tudo o que se aprendeu.

6. Não se acomode ao sucesso

“O talento se esgota com o uso no dia a dia. A inspiração é tudo.”

Após anos de trabalho pode ter a sorte que uma larga audiência o torne bem sucedido entre o público. Mas depois de se tornar conhecido como artista surge a questão de como posso continuar a crescer e a evoluir como artista e ainda assim agradar os meus admiradores? Miyazaki acredita que o talento é um recurso finito a não ser que continue a puxar por si para territórios desconhecidos, por isso ele continua a testar novos materiais e a tenta ramificar o seu trabalho para criar filmes de outros géneros e temas.

7. Encontre o seu propósito

“Se eu consigo divertir as pessoas talvez eu mereça existir.

Para Miayzaki o seu propósito para criar é o mesmo propósito para viver, ele vive para espalhar alegria para aqueles que precisam. Ele consira que os desafios são com que tudo valha a pena. As coisas mais importantes na vida são problemas mas ele não quer arrepender-se de não ter tentado algo, prefere tentar e falhar.

Imagem Studio Ghibli